A base Frei



Localizada nas coordenadas 62°12′02″S 58°57′50″O, a Base Presidente Eduardo Frei Montalva foi fundada em 1969, um ano depois de os soviéticos instalarem a estação Bellingshausen na península Fildes da ilha Rei Jorge (a distância entre ambas é de menos de 200m). Atualmente, há estradas que ligam os dois assentamentos às estações Artigas (Uruguai)Changcheng (ou "Grande Muralha", da China).













Pertencente à Fuerza Aérea de Chile (FACh), a base Frei abriga uma série de instalações que perfazem um dos maiores assentamentos da Antártida. Cada uma dessas unidades representa um braço do Estado chileno, reforçando a afirmação de soberania sobre o território que  o país reivindica. As principais unidades são:



– O aeródromo Marsh, instalado em 1980, também é da FACh. O complexo opera inverno e verão, sendo importantíssimo também para a logística aérea de vários outros países presentes na região (Brasil, Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia).






– A Villa las Estrellas, estabelecida em 1984, depende administrativamente da cidade de Puerto Williams. É composta por 18 módulos, dos quais 14 são habitações ocupadas por funcionários da FACh, da Dirección General de Aeronáutica Civil (DGAC), cientistas e professores que permanecem por um ou dois anos no lugar aproximadamente 80  pessoas no inverno e até 150 no verão.


A Villa conta com várias instalações: um hospital que permite a realização de algumas cirurgias de urgência, escola (no ano de 2017 havia somente seis alunos, e no final do ano seguinte o liceu f
oi fechado), correios, supermercado, banco, biblioteca pública, ginásio de esportes, capela e cartório de registro civil e de identificação (o oficial de registro é o chefe da base Frei). Existem também uma rádio FM e uma antena de telefonia celular. A Hostería Estrella Polar, situada nas imediações do aeródromo, tem capacidade de receber até 80 visitantes.

Tal como faz a Argentina com o Fortín Sargento Cabral da base Esperanza, na península antártica, o Chile se esforça por apresentar a Villa las Estrellas como um núcleo populacional permanentemente ocupado. Na realidade, não há residentes permanentes, e o assentamento é habitado apenas por pessoal transitório. Em ambas as localidades foram registrados nascimentos de crianças (ver aqui e aqui), evidenciando os esforços 
governamentais no sentido de reforçar suas pretensões sobre o território.

















– A Base Profesor Julio Escudero, criada em 1995 e ampliada em 2013, pertence aInstituto Antártico Chileno (INACH), ligado ao Ministério de Relações Exteriores chileno. Possui um módulo-laboratório multidisciplinar, quatro módulos usados como oficina e armazém, um módulo sanitário, câmara fria, tanques para 30.000 litros de combustível e uma estação de tratamento de esgoto. Com capacidade para alojar 36 pessoas, pode chegar a abrigar 60 em caso de emergência.

É o centro científico da base Frei. No local são realizadas pesquisas sobre raios cósmicos, ionosfera e auroras, meteorologia, sismologia, geodésia e cartografia, limnologia, paleobotânica, biologia humana e monitoramento ambiental. Funciona o ano inteiro –no inverno, três a cinco funcionários do instituto ficam abrigados na casa INACH Nº 5 da Villa las EstrellasO INACH conta com embarcações pequenas no local, e no verão também dispõe da lancha Karpuj, de médio porte.






– A Estación Marítima de Bahía Fildes, da Armada de Chile (ACh)foi estabelecida em 1987 e ampliada em 2005 e em 2009. Em 12 de julho de 2018, foi completamente destruída por um incêndio, mas a ACh declarou que não interromperia as atividades.

Instalada às margens da enseada Ardley, era sede da Capitanía de Puerto de Bahía Fildes e da Gobernación Marítima de la Antártica Chilena (sic), subordinadas à III Zona Naval sediada em Punta Arenas. A estação operava ininterruptamente, com cerca de oito pessoas no inverno e doze no verão.

Possuía equipamentos para a contenção de derramamentos de combustível e um grande paiol de botes. Servia como estação de apoio à atividade marítima na área da península antártica, na salvaguarda da vida humana no mar, no controle do tráfego marítimo e na proteção ao meio ambiente marinho, e como centro de coordenação da Patrulla Antártica Naval Combinada que a ACh realiza anualmente com a Armada de la República Argentina







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